domingo, 16 de outubro de 2016

Transtorno Bipolar: 10 dicas para os cuidadores de quem sofre desse sintoma.Como ajudar quem você ama a lidar com a mania, as emoções...




Transtorno Bipolar (TB) foi identificado recentemente pela medicina, há cerca de 20 anos.
A doença, antes conhecida como psicose maníaco-depressiva, caracteriza-se pela alteração de humor de uma pessoa, que oscila entre episódios de forte depressão e de euforia, também chamada de mania.
A Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB) estima que 1,8 milhões de brasileiros sejam portadores de TB, que se apresentam de diferentes formas. As causas ainda são desconhecidas, mas sabe-se que a doença é genética e pode aparecer em crianças e adolescentes.
A recomendação dos especialistas, nesses casos, é manter-se informado a respeito da doença com médicos e leituras. Compartilhar o problema com outros membros da família também pode ser uma saída.

Confira abaixo outras 10 dicas que separamos para você saber lidar com o TB:
1.    Apóie o paciente em momentos difíceis. Mantenha os medicamentos na dose certa e no horário prescrito;
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3.    Seja firme e tenha paciência. Isso porque o relacionamento com o paciente em euforia pode ser desgastante;
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5.    Detecte com o paciente os primeiros sinais de uma recaída; se ele considerar como intromissão, afirme que seu papel é auxiliá-lo;

6.    Fale com o médico em caso de suspeita de idéias de suicídio e desesperança;
7.    Estabeleça regras de proteção durante fases de normalidade do humor, como retenção de cheques e cartões de crédito em fase de mania;

8.    Auxilie a manter boa higiene de sono e programe atividades antecipadamente.

9.    Não exija demais do paciente e não o superproteja; auxilie-o a fazer algumas atividades, quando necessário;

10.           Evite demonstrar sinais de preconceito que favoreçam ao abandono do tratamento;

11.           Aproveite períodos de equilíbrio para diferenciar depressão e euforia de sentimentos normais de tristeza e alegria;

12.           Participe de terapias familiares em grupo, conjugal e orientações psico-educacionais. (por Victor Pablo, psiquiatra)

 


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Como ajudar quem você ama a lidar com a mania.

Publicado em 24/08/2016 por Equipe ABRATA

Muitas vezes a mania aparece como sendo o “patinho feio” da dupla mania e depressão. Enquanto a depressão é o centro das atenções, a mania fica ali, jogada para escanteio. Mas se alguma vez você já viu uma pessoa querida (ou até a si mesmo) durante um episódio de mania, deve saber bem que de passivo, quieto e manso, esse patinho não tem nada.

Faz oito anos que fui diagnosticada com transtorno bipolar. Passei por vários episódios de mania e depressão nesta época. E, para mim, a mania é de longe muito pior. Vivenciei cada sintoma da mania, um por um: falta de controle da impulsividade, gastança de dinheiro, hipersexualidade, pensamentos acelerados, insônia, criatividade, produtividade e grandiosidade. Na mania você se sente bem, mas ela não é boa para você. A pior parte são os gastos. Nestes os oito anos gastei em torno de US$ 30 mil dólares (aproximadamente R$100 mil reais) nos cartões de crédito e ainda estou pagando por isso. Como você pode imaginar, a incapacidade de controlar os impulsos, os gastos excessivos e a hipersexualidade podem levar a grandes estragos na vida de uma pessoa.
Bom, então como você pode ajudar/apoiar alguém que você ama?
 Aqui vão algumas perguntas concretas e tarefas que você pode fazer:
Pergunte se ela está se alimentando. Pessoas em mania normalmente não se alimentam ou comem menos do que normalmente comeriam. Eles ficam muito distraídos com seus pensamentos acelerados ou com o mundo à sua volta para se alimentarem como devem. Então, passe um tempo com seu ente querido, especialmente durante as refeições. Boas perguntas a se fazer podem ser: Você comeu hoje? Quantas vezes? Você quer ir comer alguma coisa comigo agora?

Pergunte sobre seu sono. A falta de sono é um grande gatilho para a mania; não dormir o suficiente pode induzir a um episódio maníaco. A mania pode produzir um estado de produtividade elevada. Pessoas em mania sentem uma diminuição da necessidade de dormir, uma vez que a mania interfere com todos os planos produtivos que têm na cabeça. Algumas pessoas em mania dormem menos de duas horas por noite ou não nem dormem. Boas perguntas a fazer seriam: você dormiu afinal? Por quantas horas? Ou ainda: por que você não pede ao seu médico para prescrever algo para auxiliá-lo a dormir?

Ajude-a a lidar com suas emoções. Aqueles que sofrem de transtorno bipolar, quando não estão estáveis, normalmente oscilam entre os dois polos depressão e mania; daí o termo bipolar. Frequentemente, a mania pode levar à euforia tão facilmente quanto à irritabilidade ou à hipersensibilidade. Assim, boas perguntas a se fazer podem ser: Como você está se sentindo? Você está irritado(a), animado(a), distraído(a), agitado(a)? O que você pode fazer para lidar com todas as emoções que você está vivenciando? Você já tentou respirar profundamente para se concentrar e se acalmar?


Pergunte sobre sua impulsividade. A falta de controle sobre a impulsividade pode muitas vezes levar a resultados desastrosos, como largar um emprego, ter um caso extraconjugal, tirar férias extravagantes ou gastar dinheiro descontroladamente. Boas perguntas poderiam ser: Quanto dinheiro você tem gastado? Posso ficar o seu cartão de crédito? Você tem tido relações sexuais seguras?


Certifique-se que ela está atenta aos cuidados pessoais. Desenvolver maneiras para lidar com a própria condição é crucial tanto em momentos de crise como em tempos de estabilidade. Para manter o controle sobre a mania, é importante que a pessoa permaneça atenta e cuidadosa consigo mesma. Perguntas interessantes podem ser: Quais têm sido os seus cuidados pessoais no dia a dia? Você tem se exercitado para aproveitar um pouco da sua energia eufórica? Você tem meditado para acalmar os seus pensamentos acelerados? Você tem se lembrado dos seus cuidados básicos, como tomar banho, escovar os dentes, lavar os cabelos, vestir roupas limpas etc.? (Fonte: Autora: Krystal Reddick)



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DEPOIMENTO: J.B. – Como conviver com as mudanças que o diagnóstico de transtorno bipolar provoca em nossa vida.

 

Publicado em /03/2016 por Equipe ABRATA


É com alegria que tenho este lugar e apoio para poder falar um pouco desta triste e grave doença, que muitos falam, mais somente as pessoas que como eu que são portadores da doença, para realmente saber o quanto ela é grave e danosa para a vida das pessoas.

Hoje tenho 46 anos de idade, fui diagnosticado em Maio/2008, período este que tive que ser internando em uma clínica psiquiátrica  na Cidade de Campinas-SP, cidade que resido até hoje.
Até então eu tinha uma vida aparentemente normal, eu sentia que algo em mim não era normal, pois tinha uma pressa em fazer as coisas, comprava muitas coisas sem necessidade, e uma energia fora do normal, pois trabalhava demais durante a semana, e nos finais de semana não tinha energia, passando as vezes muitos finais de semana deitado de tanto cansaço no corpo.
O diagnóstico foi muito difícil de eu aceitar, e só fiquei sabendo depois de um ano de tratamento, pois eu estava muito ruim, e não tinha condições de saber o que realmente tinha, pois estava mergulhado em uma Depressão profunda, que a mente e o cérebro não articulava nada, ou seja, mesmo que as pessoas me falasse da doença não iria entender nada.
Desta forma, os médicos e a família acharam melhor esperar eu melhorar da grave Depressão, para depois me contar o que realmente eu tinha.
Acredito que foi o dia mais difícil da minha vida, pois quem me contou foi a minha psiquiatra que foi muito clara e não escondeu nada da doença, e me disse que o meu quadro era  o mais agressivo da doença, pois me levou a mania, em achar que era Deus e ouvir vozes.
Neste momento chorei muito, e fiz a seguinte pergunta para ela se a doença tinha cura, e ai veio a noticia mais difícil de ouvir que não tinha, e que existe muitos estudos sobre as causas, mais não existe uma confirmação, e que teria somente tratamento e controle por parte do paciente.
Neste momento ela me emprestou um livro que falava tudo da doença, e as suas consequências para a vida, e os tratamentos recomendados.

Li todo os livro varias vezes, e a cada vez que eu lia o livro mais revoltado eu ficava, e com a ajuda dela, da psicóloga e da família aos poucos fui reagindo e voltando a encarar a doença e buscar retomar a minha vida. Foram quase (03) anos de Depressão, muitos remédios, vários tipos de estabilizadores, pois no meu caso por ser o mais agressivo não se encaixa qualquer tipo de remédios, pois o meu cérebro é muito acelerado.

Me recuperei da Depressão no final de 2010, e voltei a trabalhar, abrindo uma empresa de Consultoria Financeira, pois a minha carreira profissional foi de bancário por mais de (22) anos, tendo inclusive chegado a Gerente Geral de Agencia, em um grande banco internacional aqui no Brasil, perdendo o emprego devido a doença, pois os meus superiores perceberam que algo estava acontecendo de errado comigo, pois o meu desempenho caiu muito no ano de 2007, e no inicio de 2008, resolveram me desligar do banco.

Era casado desde Junho/04, e o casamento acabou em Junho/2011, muito em função da doença, pois a minha ex-esposa, me ajudou muito mais chegou em um determinado momento que acho que ela cansou. Temos uma filha linda e maravilhosa que vai fazer 10 anos este ano, e que amo demais, e ela também me ama muito. Todos os dias me mandam mensagens no Watsapp com vários corações e inúmeras frases dizendo que me ama muito. Isto me ajuda demais, pois me motiva a continuar lutando e buscando retomar a vida novamente. Tenho uma outra filha de 25 anos , que foi do primeiro namoro, que não suportou me ver cair da forma que cai, pois sempre me viu forte e firme, que pouco vem me visitar, embora sei que me ama muito, mais não aguenta me ver sem animo, pois acompanhei todo o seu crescimento e desenvolvimento.

Os danos que a doença me causou foram muitos, sempre fui uma pessoa muito alegre e passeava muito, conheci vários lugares do Brasil, pois sempre trabalhei em boas empresas, e tinha um bom salário.

Infelizmente em função da doença tudo isto acabou, hoje moro com a minha mãe, sendo esta que me ajuda muito, pois o resto da família sabe que tive e tenho Depressão, nunca me aprofundei com ninguém sobre a meu verdadeiro diagnostico.
O nosso maior desafio e suportar o preconceito das pessoas, muitas vezes da própria família, das empresas, em achar que somos loucos, ou incapazes de desenvolver nosso trabalho.
Faço o tratamento certinho, vou todos mês na psiquiatra e faço terapia individual. já fiz por vários anos em grupo, e isto me ajudou bastante.

Resolvi participar das missas da igreja aqui perto da minha casa, e fui convidado pelas pessoas a participar do terço que ocorre as terças e quintas feiras nas casas em nosso bairro, e isto tem me ajudo muito, pois ajudo as pessoas com leituras no terço, e fico feliz em estar convivendo novamente em sociedade aos poucos novamente.
Neste período de 2012 a 2015, acabei engordando 35 kg, devido os remédios e a falta de trabalho a de atividade física, mas com orientação médica, e com nutricionista comecei a fazer caminhada, e de outubro/15, já emagreci 18 kg, estando me sentindo aos poucos outra pessoa.

Mais a doença e ingrata e judia demais do nosso corpo, pois as pessoas acha que ela ataca somente o cérebro, mais na verdade ataca todo o nosso organismo, nos tirando muita  energia para fazer as coisas simples do dia-a-dia.

O meu desejo e sonho seria voltar a ser aquela pessoa alegre, cheia de vida e energia, mais as vezes acho que isto não vai acontecer mais, pois a doença trava os comandos que nos estimula ter estes sentimentos.
Sinto muita falta dos amigos, do trabalho, dos passeios, enfim, as coisas mudaram muito.
Se quiserem publicar este meu depoimento, pode ficar a vontade, pois acredito que pode ajudar outras pessoas que passam pelos mesmos desafios meus no dia-a-dia.

Que Deus ajude os especialistas a encontrar a cura, e que voltemos a sermos felizes em nossas vidas.

Um forte abraço a todos da ABRATA.



Fonte: ABRATA – Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos.

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